Introdução
Muitas vezes, os problemas ou dificuldades de ordem sexual
são construídos, desencadeados, mantidos ou, pelo menos, sofrem grande influência
da educação sexual (valores, conceitos, regras e princípios morais frente ao
sexo) recebida na família de origem.
Sabemos que a falta de informação, o preconceito, a imagem negativa do sexo e os conceitos distorcidos acerca de sexualidade, por fazerem parte da cultura, atingem direta ou indiretamente cada um de nós. Portanto, a educação sexual transmitida e recebida na família, de geração para geração, é contaminada por grande parte destes fatores, o que costuma trazer sérias conseqüências para o comportamento e vida sexuais de seus membros.
O que é Família
Para melhor comprender este tema é nessario saber o que é a
família, designa-se por família o conjunto de pessoas que
possuem grau de parentesco entre si e vivem na mesma casa formando um lar.
Uma família tradicional é normalmente formada pelo pai e mãe, unidos por
matrimônio ou união de fato, e por um ou mais filhos, compondo uma família
nuclear ou elementar.
A família é considerada uma instituição responsável por
promover a educação dos filhos e influenciar o comportamento dos mesmos no meio
social. O papel da família no desenvolvimento de cada indivíduo é de
fundamental importância. É no seio familiar que são transmitidos os valores
morais e sociais que servirão de base para o processo de socialização da
criança, bem como as tradições e os costumes perpetuados através de gerações.
O ambiente familiar é um local onde deve existir harmonia,
afetos, proteção e todo o tipo de apoio necessário na resolução de conflitos ou
problemas de algum dos membros. As relações de confiança, segurança, conforto e
bem-estar proporcionam a unidade familiar.
A diversidade dos comportamentos sexuais
Quando o rapaz ou a rapariga atinge a puberdade sente de
forma acentuada a necessidade de obter satisfação sexual e sente-se fortemente
atraído por inúmeros estímulos sexuais, de acordo com os seus gostos e
preferências pessoais. A satisfação destas necessidades expressa-se através de
comportamentos sexuais.
Pelo facto de as pessoas não vivenciarem as suas experiências sexuais da mesma forma, não significa que sejam anormais, antes pelo contrário, significa apenas que não existem duas pessoas iguais e que, portanto, também ao nível do comportamento sexual as diferenças existem.
Importa realmente é que tentes descobrir quais os comportamentos sexuais que são mais satisfatórios e que estejas disponível para desfrutar de novas experiências.
Pelo facto de as pessoas não vivenciarem as suas experiências sexuais da mesma forma, não significa que sejam anormais, antes pelo contrário, significa apenas que não existem duas pessoas iguais e que, portanto, também ao nível do comportamento sexual as diferenças existem.
Importa realmente é que tentes descobrir quais os comportamentos sexuais que são mais satisfatórios e que estejas disponível para desfrutar de novas experiências.
Para que possas perceber e escolher os teus comportamentos
sexuais, tem atenção às informações e às mensagens que recebes através da
família.
Sexualidade na Familia
Além das
transformações físicas, a adolescência é marcada pelas descobertas e pela busca
da superação de obstáculos. Em nossa sociedade, o tema sexualidade ainda
encontra-se cercado de mistério e tabus, o que, cremos, é indício de atraso,
pois, dada a relevância do tema, deveria haver clara discussão entre adultos e
adolescentes inexperientes.
Diante do silêncio em casa, o adolescente
tende a procurar informações com outros adolescentes também imaturos,
contribuindo, dessa maneira, para a prática do sexo de forma insegura.
Esses
problemas poderiam ser evitados se o adolescente encontrasse no ambiente familiar
liberdade para discutir sobre sexo e sexualidade. Entretanto, além de a família
não oferecer informações necessárias sobre o assunto aos adolescentes,
acreditando que esta é uma tarefa da escola ou dos serviços de saúde, existe
também a forte influência de elementos culturais sobre esse comportamento.
Crenças, valores e costumes permeiam o
contexto de vida das pessoas e influenciam a forma como elas se comportam diante
de situações de saúde, doença. Esses fatores culturais são influenciados pela
visão de mundo, linguagem, religião e pelos contextos social, político,
educacional, econômico, tecnológico, etno-histórico e ambiental de cada cultura
em particular.
A família,
comportando o berço cultural do indivíduo, deverá ser levada em consideração na
construção do cuidado, que, por sua vez, deverá enfocar as necessidades e
expectativas do adolescente e de sua família.
Conversando sobre Sexualidade
O diálogo
entre pais e adolescentes no caso em estudo é muito restrito. Não há abertura
para conversar sobre questões pessoais, íntimas. A dificuldade em procurar os
pais para esclarecer dúvidas sobre assuntos relacionados à sexualidade está
vinculada ao sentimento de medo de sofrer represálias. Tabus e preconceitos impedem
o indivíduo, de até mesmo, buscar aprender.
Diante
disso, o adolescente busca auxílio com outros adolescentes, visando à troca de
idéias ou mesmo ao compartilhamento de medos. Os pais, embasados na crença de
que a conversa sobre sexo pode induzir a adolescente a praticá-lo, procuram
preservar o silêncio sobre o assunto.
A repressão
à sexualidade humana é um fato milenar e interfere no comportamento das pessoas.
Acreditando que a filha adolescente não pratique relação sexual, os pais evitam
discutir sobre sexo e ficam à espera de algum sinal que indique que a jovem descobriu
a sexualidade.
Entretanto,
esse sinal pode surgir como produto de uma prática sexual desprovida de
orientações ou baseada em informações inadequadas. Somente após a percepção
tardia de que a filha adolescente começou a praticar sexo, a mãe passa a conversar
com ela sobre esse assunto.
Ainda assim,
a conversa se restringe apenas a orientações superficiais sobre prevenção da
gravidez. Os conceitos atuais sobre sexualidade ainda guardam consigo a
essência de gerações anteriores, carregada de mitos e crenças.
Orientação Famíliar
A comunicação da família com os filhos, durante o período da
adolescência, embora muitas vezes difícil e conflituosa, deve ser sempre
estimulada, pois é nesta fase que os filhos querem e mais necessitam receber
informações, pois se os pais não as fornecem eles acabam adquirindo-as entre os
amigos ou na rua, pois eles precisam ter respostas para suas dúvidas.
O diálogo franco com os filhos pode ser considerado uma
estratégia facilitadora para melhorar o processo de comunicação entre
adolescentes e família, podendo ainda ser um momento de reflexão de
sentimentos, de confrontar e estabelecer limites. É importante que a conversa
entre pais e filhos seja permeada de sentimentos como honestidade e confiança,
para que os filhos sintam que não existe barreiras de comunicação no meio
familiar.
Os pais precisam avaliar o tipo de comunicação que usam com seus
filhos ao falar de sexualidade e saber que este tipo de assunto precisa ser
conversado de acordo com o grau de amadurecimento do adolescente e ser
relevante aos acontecimentos da etapa de vida que está vivendo.
Nesses momentos de conversa franca entre pais e filhos, é
necessário e importante que os pais estimulem o adolescente a ter uma postura
crítica e reflexiva diante das questões que envolvem a sexualidade. É preciso
criar no jovem o pensamento crítico e a capacidade de entender as modificações
provocadas pela própria idade.
A relação interpessoal entre pais e filhos adolescentes é um
momento único e deve ser aproveitada em cada minuto, pois é justamente neste
tipo de contato que acontece a apreensão de valores que tendem a permanecer
para o resto da vida. Acreditamos que uma das tarefas mais árduas dos pais seja
manter uma comunicação harmoniosa e eficaz com seus filhos na fase da
adolescência, porém é necessário, apesar das dificuldades que aparecem e do
afastamento que ocorre entre pais e filhos nesta etapa de vida, que os pais
estejam conscientes de que eles continuam sendo os principais educadores no que
diz respeito à sexualidade, portanto devem ser encorajados para que continuem
falando com seus filhos.
Pais que tiveram uma educação extremamente repressiva e
autoritária, onde o sexo era visto como algo pecaminoso e somente praticado com
fins de reprodução, entram em conflito com seus filhos adolescentes, por muitas
vezes, não concordarem com suas idéias, gerando um clima tenso. É importante que
os pais admitam que nem sempre seus valores e pensamentos sobre as questões da
sexualidade vão ao encontro das necessidades dos filhos e que desta maneira o
adolescente pode receber uma mensagem negativa dos pais, através de um modelo
educacional repressivo, distante, autoritário e indiferente por parte dos pais.
O ambiente familiar é normalmente, onde os valores são
fortemente apreendidos e enraizados, pois é no núcleo da família que
inicialmente os indivíduos vivenciam, incorporam e adotam valores, crenças,
ritos, mitos e costumes necessários e fundamentais para se viver em sociedade.
Estes valores geralmente perduram por muito tempo e podem
trazer benefícios ou prejuízos para a vida adulta, pois a família pode ser
considerada o primeiro lócus de aprendizagem, portanto é preciso que ela
oriente e cuide para que os seus valores sejam transmitidos ao longo do
desenvolvimento dos filhos.
Conclusão
A conversa franca entre pais e filhos pode ser um
recurso facilitador na orientação sobre sexualidade de seus filhos adolescentes
e deve ser praticada com honestidade e satisfação. Apesar das dificuldades
encontradas, eles devem estar disponíveis para conversar, sobre sexualidade,
com seus filhos.
O ensino de valores deve prevalecer como maneira de
formar a personalidade e de estimular o conhecimento de si e do outro; que a
escola desempenha um papel primordial como aliada na educação sexual de seus
filhos, fornecendo conhecimento, não só sobre o biológico, mas também sobre
sentimentos.