Introdução
Substantivo
é a palavra com que designamos ou nomeamos os seres em geral.
São, por
conseguinte, substantivos:
a) Os nomes de pessoas, de lugares, de
instituições, de um genero de uma espécie ou de um dos seus representantes:
Maria Lisboa Senado àrvore cedro
b) Os nomes de noções, acções, estados e
qualidades, tomados com seres:
justiça colheita velhice largura bondade
Do ponto de vista funcional, o substantivo é a palavra que
serve privativamente, de núcleo do sujeito, do objecto directo, do objecto
indirecto e do agente da passiva. Toda palavra de outra classe que desempenhe
uma dessas funções equivalerá forçosamente a um substantivo.
Classificação dos substantivos
1º Substantivos
concretos e abstractos
Chamam-se concretos os substantivos que designam os seres
propriamente ditos, isto é, os nomes de pessoas, de lugares, de instituições,
de um género, de uma espécie ou de um dos seus representantes:
homem cidade Senado árvore cão
Pedro Lisboa Fórum cedro cavalo
Dá-se o nome de abstractos aos substantivos que designam
noções, acções, estados e qualidades, considerados como seres:
justiça colheita velhice largura bondade
verdade viagem doênça optimismo doçura
2º Substantivos
próprios e comuns
Os substantivos podem designar a totalidade dos seres de uma
espécie (designação genérica) ou um individuo de determinada espécie
(designação específica).
Quando se aplica a todos os seres de uma espécie ou quando
designa uma abstracção, o substantivo é chamado comum.
Quando se aplica a determinado individuo da espécie, o
substantivo é chamado próprio.
Assim os substantivos homem, país e cidade são comuns, porque
se empregam para nomear todos os seres e todas as coisas das respectivas
classes. Pedro, Brasil e Lisboa, ao contrário, são substantivos próprios,
porque se aplicam a um determinado homem, a um dado país e a uma certa cidade.
3º Substantivos
colectivos
Colectivos são os substantivos comuns que, no singular,
designam um conjunto de seres ou coisas da mesma espécie.
Comparem-se, por exemplo, estas duas afirmações:
Cento e
vinte milhões de brasileiros pensam assim.
O povo brasileiro
pensa assim.
Na primeira enuncia-se um número enorme de brasileiros, mas
representados como uma quantidade de individuos. Na segunda, sem indicação de
número, sem indicar gramaticalmente a multiplicidade, isto é, com uma forma de
singular, consegue-se agrupar maior número ainda de elementos ou seja todos os
brasileiros como um conjunto harmónico.
Além desses colectivos que exprimem um todo, há na lingua
outros que designam:
a) Uma parte organizada de um todo,
como, por exemplo, regimento, batalhão, companhia (partes do colectivo geral
exército);
b) Um grupo acidental, como grupo,
multidão, bando: bando de andorinhas, bando de salteadores, bando de ciganos;
c) Um grupo de seres de determinada
espécie boiada (de bois), ramaria (de ramos).
Flexões dos
substantivos
Os
substantivos podem variar em número, género e grau.
Número
Quanto a
flexão de número, os substantivos podem estar:
a) No singular, quando designam um ser
único, ou um conjunto de seres considerados como um todo (substantivo
colectivo):
aluno povo
b) No plural, quando designam mais de um
ser, ou mais de um desses conjuntos orgânicos:
alunos povos
Formação do plural
Substantivos
terminados em vogal ou ditongo
Regra geral:
O plural dos
substantivos terminados em vogal ou ditongo formam-se acrescentandosse s ao
singular:
Singular
|
Plural
|
Singular
|
Plural
|
Mesa
Estante
Tinteiro
Boné
|
Mesas
Estantes
Tinteiros
Bonés
|
Pai
Lei
Boi
Mãe
|
Pais
Leis
Bois
Mães
|
Incluem-se
nesta regra os substantivos terminados em vogal nasal. Como a nasalidade das
vogais e, i, o, u, em posição final, representada graficamente por m e não se
pode escrever ms, muda-se de m em n. Assim: bem faz no plural bens; flautim faz
flautins; som faz sons e atum faz atuns.
Substantivos terminados em consoante
Os
substantivos terminados em r, z, e n formam o plural acrescentando es ao
singular:
Singular
|
Plural
|
Singular
|
Plural
|
Singular
|
Plural
|
Mar
Açúcar
|
Mares
Açucares
|
Rapaz
Raiz
|
Rapazes
Raizes
|
Abdómen
Cânon
|
Abdómenes
Cânones
|
Os substantivos
em al, el, ol e ul substituem no plural o l por is:
Singular
|
Plural
|
Singular
|
Plural
|
Animal
Papel
|
Animais
Papeis
|
Lençol
Paul
|
Lençois
Pauis
|
Os
substantivos oxitonos terminados em il mudam o l em s:
Singular
|
Plural
|
Singular
|
Plural
|
Ardil
Barril
Covil
|
Ardis
Barris
Covis
|
Funil
Fuzil
Redil
|
Funis
Fuzis
Redis
|
Nos
diminuitivos formados com os sufixos zinho e zito, tanto o substantivo
primitivo como o sufixo vão para o plural, desaparecendo, porém, o s do plural
do substantivo primitivo. Assim:
Singular
|
Plural
|
Balãozinho
Papelzinho
Colarzinho
Cãozito
|
Balõe(s)+zinhos>balõezinhos
Papéi(s)+zinhos>papeizinhos
Colare(s)+zinhos>colarezinhos
Cãe(s)+zitos>cãezitos
|
Substantivos de um só número
Há
substantivos que só se empregam no plural. Assim:
Alvissaras
Anais
Anrolhos
Calendas
|
Cãs
Condolência
Esponsais
Fastos
|
Fezes
Núpcias
Óculos
Férias
|
Arredores
Belas-artes
Exéquias
Pêsames
|
Substantivos compostos
Quando o
substantivo composto é constituido de palavras que se escrevem ligadamente, sem
hifen, formam o plural como se fosse um substantivo simples.
Àguardente(s) pontapé(s) varapau(s) Ferrovia(s)
Quando o
primeiro termo de composto é verbo ou palavra invariavel e o segundo
substantivo ou adjetivo seu segundo vai para o plural:
Singular
|
Plural
|
Guarda-chuva
Sempre-viva
Vice-presidente
|
Gurda-chuvas
Sempre-vivas
Vice-presidentes
|
Quando os
termos componentes se ligam por preposição, só o primeiro toma a forma de
plural:
Singular
|
Plural
|
Chapéu de sol
Pão de ló
Pé de cabra
|
Chapéus de sol
Pães de ló
Pés de cabra
|
Género
Há dois
generos em português: O masculino e o femenino.
O masculino
é o termo não marcado; o femenino, o termo marcado.
Pertecem ao
género masculino todos os substantivos a que se pode antepor o artigo o:
O aluno; O
pão; O poema; O carro.
Pertecem ao
género femenino todos os substantivos a que se pode antepor o artigo a:
A casa; A mãe; A Paula; A Juriti.
Quanto à
significação:
1ª São
geralmente masculino
a) Os nomes de homens ou funçôes por
eles exercidas:
Ex. João; Mestre; Padre; Rei.
b) Os nomes de animais do sexo
masculino:
Ex. Cavalo; Galo; Gato; Peru.
2º Geralmente femeninos:
a) Os nomes de mulher ou funções por
elas exercidas:
Maria; Professora; Freira; Rainha.
b) Os nomes de animais do sexo femenino:
Égua; Galinha; Gata; Perua.
Quanto à terminação
1º São masculinos os nomes terminados em –o átono:
Ex. O aluno; O livro; O lobo; O negro.
2º São geralmente femeninos os nomes terminados em –a àtono:
Ex. A aluno; A caneta; A loba; A mesa.
3º Dos substantivos terminados em –ão, os concretos são masculinos e os abstratos, femeninos:
Ex. O agrião; o algodão; o balcão;
- A educação; a produção; a opinião; a recordação.
Formação do femenino
Os substantivos que designam pessoas e animais constumam
flexionar-se em genero, isto é, tem geralmente uma forma para indicar os seres
do sexo masculino e outra para indicar os do sexo femenino. Assim:
Ex.
Masculino
|
Femenino
|
Masculino
|
Femenino
|
Homem
Aluno
Cidadão
Cantor
Profeta
|
Mulher
Aluna
Cidadã
Cantora
Profetisa
|
Bode
Galo
Leitão
Barão
Lebrão
|
Cabra
Galinha
Leitoa
Baronesa
Lebre
|
Masculino e femenino de
radicais diferentes
Convém
conhecer os seguintes:
Masculino
|
Femenino
|
Bode
Boi
Cão
Carneiro
Cavalhero
Cavalo
Compadre
|
Cabra
Vaca
Cadela
Ovelha
Dama
Égua
Comadre
|
Obs:
Além das formações irregulares, que vimos, a um pequeno
número de substantivos terminados em –o
que, no femenino, substituem esse final por decenências especiais. Assim:
Masculino
|
Femenino
|
Diácono
Galo
|
Diaconisa
Galinha
|
Regras especiais
Os substantivos terminados em –ão podem formar o femenino em três maneiras:
Mudando o final – ão em
oa:
Masculino
|
Femenino
|
Ermitão
Ortelão
|
Ermitoa
Orteloa
|
Substantivos uniformes
Substantivos epcenos
Denominam-se epcenos os nomes de animais que possuem um só
genero gramatical para designar um e outro sexo. Assim:
A àguia
A mosca
A baleia
A onça
A borboleta
A pulga
A cobra
A sardinha
|
Substantivos
sobrecomuns
Chamam-se sobrecomuns os substantivos que tem um só género
gramatical para designar pessoas de âmbos os sexos.
Ex: O apóstolo o cônjuge o indivíduo a criança a criatura
A testemunha a vítima
Substantivos comuns de
dois generos
Alguns substantivos apresentam uma só forma para os dois
géneros mas destinguem o masculino do femenino pelo género do artigo um de
outro determinativo acompanhante. Chamam-se comuns de dois géneros estes
substantivos.
Ex.
Masculino
|
Femenino
|
O agente
O artista
O camarada
O estudante
|
A agente
A artista
A camarada
A estudante
|
Mudança de sentido na
mudança de género
Há um certo número de substantivos cuja a significação varia
com a mudança de género.
Masculino
|
Femenino
|
O cabeça
O coxa
O capital
O cisma
O corneta
O cura
|
A cabeça
A coxa
A capital
A cisma
A corneta
A cura
|
Substantivo de genero
vacilante
Substantivos há em cujo emprego se nota vacilação. Eis
alguns, para os quais se recomenda a seguinte preferência.
a)
Genero
masculino:
Àgape Antilope Caudal Clã
Contralto Diabete(s).
b)
Genero
femenino:
Abusão
Alcíone Aluvião Àspede Fácies Filoxera Jaçanã
Juriti Omoplata ordenaça Sentinela Sucuri
Grau
Um substantivo pode apresentar-se:
a)
Com
sua significação normal: Chapéu; Boca.
b)
Com
sua significação exagerada, ou intensificada disforme ou despresivelmente (grau
aumentativo): Chapelão; Bocarra; Chapéu grande; Boca enorme.
c)
Com
a sua significação atenuada, ou valorisada efetivamente (grau diminuitivo):
Chapeuzinho; Boquinha; chapéu pequeno e boca minúscula.
Vamos, portanto, que agradação do significado de um
substantivo se faz por dois processos:
a)
SINTETICAMENTE,
mediante o emprego de sufixos especiais, que estudamos, assim: Chapé-l-ão,
Boc-arra; Chapéu–zinho, Boqu-inha;
b)
ANALITICAMENTE,
juntando-lhe um adjetivo que indique o aumento ou diminuição, ou aspectos
relacionados com essas noções: Chapéu grande, Boca enorme, Chapéu pequeno, Boca
minúscula.
Emprego do substantivo
O substantivo pode figurar na oração como:
1º Sujeito:
Samuel esta desolado.
2º Predicado:
a)
Do
sujeito:
Eu ja não sou funciorío.
b)
Do
objecto direto:
De toda parte, clamavam-no Herói.
c)
Do
objeto indireto:
Eram capazes de me chamar Sacristão.
3º Objeto direto:
Eu arranjo
uma velinha.
4º Objeto indireto:
O que Almeida, naquele instante, pediria a DEUS?
Conclusão
A classe
responsável por dar nome aos objetos e seres em geral. Apresenta grande
importância para a compreensão das relações gramaticais. Apesar da sua
simplicidade, seu estudo se faz bastante necessário, pois outras classes terão
relações diretas com ela, de modo que a classificação destas últimas serão
determinadas pelas funções que desempenham em relação ao substantivo.
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