A necessidade de o jovem assumir compromissos e colocar-se frente à vida adulta significa uma profunda mudança de seu papel no mundo, levando-o a questionamentos, dúvidas e incertezas, no período da adolescência, o jovem reconstrói seu universo interno e cria relações com o mundo externo.
A identidade é o que permite ao sujeito tomar consciência de
sua existência, o que se dá através da tomada de consciência de seu corpo
(estar no espaço e no tempo), de seu saber (seus conhecimentos sobre o mundo),
de seus julgamentos (suas crenças), de suas ações (seu poder fazer). A
identidade implica, então, a tomada de consciência de si mesmo.
A Busca da Identidade na Adolescência
Meninos e meninas passam a contestar o que os adultos dizem. Ora falam
demais, ora ficam calados. Surgem os namoricos, as implicâncias e a vontade de
conhecer intensamente o mundo. Os comportamentos variam tanto que professores e
pais se sentem perdidos.
A inconstância, nesse caso, é sinônimo de ajuste. É a maneira que os jovens encontram para tentar se adaptar ao fato de não serem mais crianças nem adultos. Diante de um corpo em mutação, precisam construir uma nova identidade e afirmar seu lugar no mundo. Por trás de manifestações tão distintas quanto rebeldia ou isolamento, há inúmeros processos psicológicos para organizar um turbilhão de sensações e sentimentos.
Isso ocorre porque a imagem simbólica que ele tem do corpo ainda é carregada de referências infantis que entram em contradição com os desejos recém-descoberta. É como se o psiquismo do jovem tivesse dificuldade para acompanhar tantas novidades. São encanações típicas da idade e que precisam ser acolhidas.
A inconstância, nesse caso, é sinônimo de ajuste. É a maneira que os jovens encontram para tentar se adaptar ao fato de não serem mais crianças nem adultos. Diante de um corpo em mutação, precisam construir uma nova identidade e afirmar seu lugar no mundo. Por trás de manifestações tão distintas quanto rebeldia ou isolamento, há inúmeros processos psicológicos para organizar um turbilhão de sensações e sentimentos.
Isso ocorre porque a imagem simbólica que ele tem do corpo ainda é carregada de referências infantis que entram em contradição com os desejos recém-descoberta. É como se o psiquismo do jovem tivesse dificuldade para acompanhar tantas novidades. São encanações típicas da idade e que precisam ser acolhidas.
O jovem deve ficar à vontade para tirar dúvidas e conversar sobre o que
ocorre com seu corpo sem que sinta medo de ser diminuído ou ridicularizado.
Além disso, ele necessita de privacidade e, se não quiser falar, deve ser
respeitado.
O afastamento dos pais revela a necessidade de
outros modelos
A dificuldade em lidar com o corpo está diretamente relacionada à nova relação que o jovem tem de construir com seus pais. Isso porque, na adolescência, o amadurecimento seja revivido.
Na adolescência, restos mal resolvidos podem vir à tona. Surge daí a
necessidade inconsciente de buscar outros modelos de homem e mulher além do pai
e da mãe. O distanciamento também é uma forma de reelaborar a imagem idealizada
dos pais e provar que não se é mais criança.
Esse comportamento serve para que o adolescente exercite a definição de uma
identidade baseada em experiências mais amplas. Isso não quer dizer que o
adolescente não possa ter saudade da dependência infantil e de comportamentos
que aludam a ela. Mas, uma vez nessa fase, ficam cada vez mais constantes as
saídas em grupo e a oposição verbal e física às referências paternas e maternas.
Na sala de aula, é importante estabelecer
limites quando o adolescente adota uma postura de confronto para se afirmar ou
quando transforma o professor em referência masculina, feminina ou de
comportamento. No primeiro caso, deve-se escutar o que o adolescente tem a
dizer - valorizar sua voz é abrir as portas do diálogo -, mas também apontar as
normas de conduta da instituição e do convívio civilizado. No segundo, a melhor
saída é chamar a atenção para aquilo que há de positivo no comportamento do
próprio jovem. Assim, ele poderá começar a reconhecer nele mesmo traços da
identidade que constrói.
No mundo interno, o peso do julgamento dos outros diminui
Tantas descobertas fazem o adolescente ter de remanejar constantemente as novas relações socioafetivas que incorpora à vida. Ele descobre que lidar com o olhar do outro, com um corpo que não para de se desenvolver e com conflitos sobre sua própria identidade gera angústias que precisam de tempo e espaço para serem elaboradas.
Ele
pode rever tudo o que se passa num espaço próprio, a salvo do julgamento dos
outros. Esse contato com a subjetividade é essencial para sedimentar suas
vivências - desde que o adolescente não substitua as relações do dia a dia por
um isolamento permanente. Nesse caso, professores e pais devem se aproximar, já
que a ruptura com a infância pode deixar um vazio depressivo muitas vezes
perigoso.
O fato é que, apesar de ser um processo difícil, confuso e doloroso, a
adolescência é um período em que se descobre como usar novas ferramentas
emocionais para se relacionar com o mundo. À medida que integra as concepções
que grupos, pessoas e instituições têm a respeito dele, compreendendo e assimilando
os valores que constituem o ambiente social, o jovem reforça o sentimento de
identidade. A escola tem um papel fundamental nesse processo. Ela jamais deve
reduzir o comportamento do adolescente à pecha de rebeldia. Integrá-lo e
respeitá-lo são as melhores formas de educar seres humanos confiantes e sadios.
A importância da Identidade Pessoal no contexto da integração social
No
relacionamento que os seres humanos têm entre si, surgem interacções mais
significativas e outras que o ser tende a desvalorizar. Este facto acontece em
função da identidade pessoal de cada ser. A Identidade Pessoal é sujeita desde
muito cedo a interacções com o meio que a rodeia.
A
identidade constrói-se por referência á alteridade, em relação ao outro que se
percepciona e nos dá a imagem de nós mesmos. Estas duas componentes vão-se
construíndo nesse processo de interacção onde o indivíduo percorre o seu
caminho, explorando o “nós” e o outro que vai descobrindo. O sujeito ganha a
consciência do seu “eu” em contraste com os outros, e assimila a identidade do
grupo com o qual se identifica, como sua.
Finalmente
o ser reconstrói-se na sua perspectiva mais própria, na sua perspectiva
colectiva ou de grupo e por último na perspectiva do “outro”, e tudo o que
julgava ter como certo, como as suas representações e opiniões, modificam-se.
Neste contexto do relacionamento inter-pessoal, surge a intersubjectividade,
sendo esta uma condição da vida social pois permite a partilha de sentidos,
experiências e conhecimentos “entre sujeitos”.
Desta
intersubjectividade surge então a integração social, na sociedade, nos grupos
da escola e nos grupos de rua. Esta nova Geração está envolta em grande
polémica, pois houve uma alteração dos valores que não agradaram aos mais
antigos e cuja preocupação se tem vindo a revelar crescente. A ganância
disfarçada e a sede de poder afirmam-se cada vez mais entre os jovens e valores
como o altruísmo vão sendo desvalorizados.
A
Identidade Pessoal surge então como base essencial do sucesso e da realização pessoal,
sendo que a tarefa principal do ser humano é identificar-se, construir-se,
reconstruir-se e integrar-se nos vários contextos.
Acredita-se
que as mudanças corporais, ao nível físico, são relativamente universais, com
algumas variações. Um exemplo disso é a menstruação nas meninas, não se conhece
cultura em que esse fato não ocorra; podem-se variar as datas mas nunca deixar
de acontecer.
A construção da identidade é social e acontece durante toda,
ou grande parte, da vida dos indivíduos. Desde o seu nascimento o homem inicia
uma longa e perene interação com o meio em que está inserido, a partir da qual
construirá não só a sua identidade, como a sua inteligência, suas emoções, seus
medos, sua personalidade, etc. Apesar de alguns traços desenvolvimentais serem
comuns a todas as pessoas, independente do meio e da cultura em que estejam
inseridas (como é o caso, por exemplo, da menstruação nas meninas ou do
nascimento dos pelos nos meninos), há determinadas características do
desenvolvimento que se diferem em grande escala quando há diferenças culturais.
A construção da identidade é um desses fatores relacionados ao desenvolvimento
que tem íntima, senão total, dependência da cultura e da sociedade onde o
indivíduo está inserido.
Em alguns momentos podemos observar certas crises de
identidade durante o desenvolvimento da mesma. É o que acontece, por exemplo,
com a maioria dos adolescentes das sociedades atuais, que precisam resolver
essas crises para solidificarem aspectos de sua identidade pessoal e social.
Um resgate histórico da adolescência
Para que possamos entender, exatamente, o conceito atual de
adolescência e a consequente crise de identidade relacionada à mesma, pensamos
que seja necessário um resgate histórico do termo pois esse é, sem dúvida,
derivado de movimentos da história.
Todo termo adquire melhor sentido quando embasado
historicamente, pois a história lhe oferece a base conceitual e evolutiva,
legitimando-o. Há inúmeras pesquisas, na área da Educação, que pecam por
carecer de bases históricas que introduzam o assunto contido no problema de
pesquisa e dão a impressão de estar falando de algo que se encerra em si mesmo;
que sempre existiu ou que surgiu em determinada época remota (não se sabe qual)
mas que isso não influencia o seu conceito. Não pretendemos correr o mesmo
risco.
Iniciaremos nosso resgate focando nosso olhar sobre um dos
mais ricos impérios (em todos os sentidos) de que se teve notícia o
romano. O
nascimento de um romano não era o suficiente para que esse ocupasse um lugar no
mundo. Era necessário que o pai o quisesse e o recebesse para que, então,
iniciasse sua educação e consequente colocação na aristocracia romana.
Tão logo nascia a criança era entregue a uma nutriz que ficava responsável pela
educação da criança até a puberdade, educação essa que era extremamente rígida,
tendo como objetivo a formação do caráter.
Somente aos 14 anos o
jovem romano abandonava as vestes infantis e passava a ter o direito de fazer o
que um jovem gostava de fazer; aos 17 anos podia entrar para a carreira
pública, como o exército. Não havia um marco que separasse a criança do
adolescente pois isso era decidido pelo pai, quando esse pensava ter chegado à
hora do impúbere abandonar as vestes de criança e tomar as vestes de homem.
Durante a Idade Média também não se viu nascer nenhum
período de transição entre a infância e a idade adulta, o chamado jovem era o
recém entrado no mundo adulto, o que era feito através da barbatoria, cerimônia que se seguia ao primeiro
barbear do rapaz, sendo que o pêlo era a prova de que a criança tornara-se
homem e, então, a qualidade da agressividade poderia ser cultivada, objetivando
a boa formação do guerreiro.
É no século XVIII que aparecem as primeiras tentativas de se
definir, claramente, a adolescência. Mas é somente no século XX que vimos
nascer o adolescente moderno típico exprimindo uma mistura de pureza
provisória, força física, espontaneidade e alegria de viver, o que tornou o
adolescente o herói do século XX o século
da adolescência. A partir de então, passou a haver interesse sobre o que o
adolescente pensa, faz e sente. Definiu-se claramente a puberdade e as mudanças
psíquicas, para que tivéssemos a imagem do adolescente atual.
Há estudos que nos mostram que a grande maioria das questões
ligadas à adolescência está diretamente relacionada ao funcionamento da
sociedade em que esse adolescente encontra-se inserido.
A conceituação da adolescência
A primeira idéia que nos surge quando pensamos em
adolescência é “transformação”. Alguns autores sublinham as transformações
corporais, a chamada puberdade, marcada pelo crescimento rápido, surgimento de
pêlos pubianos, mudança na voz dos meninos, aumento dos seios nas meninas,
ebulições hormonais levando à explosão da sexualidade, etc.
Outros as
transformações comportamentais, tais como uma suposta rebeldia, um certo
isolamento, um apego exagerado ao grupo, adoção de novas formas de se vestir,
falar e se relacionar, além de episódios de depressão, tristeza ou euforia.
Acredita-se que as mudanças corporais, ao nível físico, são
relativamente universais, com algumas variações. Um exemplo disso é a
menstruação nas meninas, não se conhece cultura em que esse fato não ocorra;
podem-se variar as datas mas nunca deixar de acontecer.
Já no nível psicológico (principalmente comportamental), há
uma vasta diferença de características no que tange às mudanças. Acredita-se
que não há nada de universal nas transformações psicológicas que variam de
cultura para cultura, de grupo para grupo e de indivíduo para indivíduo. O que
há de interessante em nossa sociedade é que, com certeza, a adolescência faz
nascer um novo referencial, é como um novo nascimento: só que agora é o
“recém-nascido” quem deve escolher o nome!
E dá início à transformação que levará a um outro ser, mais
livre, mais bonito (segundo algumas estéticas) e dotado de asas que lhe
permitirão voar. Se a lagarta pensa e sente, também o seu pensamento e o seu
sentimento se transformarão. Serão agora o pensar e o sentir de uma borboleta.
Ela vai ter um outro corpo, outro astral, outro tipo de relação com o
mundo.
A crise de identidade própria da adolescência
O período da adolescência é marcado por diversos fatores
mas, sem dúvida, o mais importante é a tomada de consciência de um novo espaço
no mundo, a entrada em uma nova realidade que produz confusão de conceitos e
perda de certas referências. O encontro dos iguais no mundo dos diferentes é o
que caracteriza a formação dos grupos de adolescentes, que se tornarão lugar de
livre expressão e de reestruturação da personalidade, ainda que essa fique por
algum tempo sendo coletiva.
Essa busca do “eu” nos outros na tentativa de obter uma
identidade para o seu ego é chamado de “crise de identidade”, o que acarreta
angústias, passividade ou revolta, dificuldades de relacionamento inter e
intrapessoal, além de conflitos de valores.
A tarefa central de cada período é o desenvolvimento de uma
qualidade específica do ego. Dos 13 aos 18 anos a qualidade do ego a ser
desenvolvida é a identidade, sendo a principal tarefa adaptar o sentido do eu
às mudanças físicas da puberdade, além de desenvolver uma identidade sexual
madura, buscar novos valores e fazer uma escolha ocupacional.
Em termos psicológicos, a formação da identidade emprega um
processo de reflexão e observação simultâneas, um processo que ocorre em todos
os níveis do funcionamento mental, pelo qual o indivíduo se julga a si próprio
à luz daquilo que percebe ser a maneira como os outros o julgam, em comparação
com eles próprios.
Como vimos, entre os aspectos importantes no desenvolvimento
da identidade está o controle vital, ou seja, as fases ou períodos da vida que
o indivíduo atravessa até chegar à idade adulta, que são marcados por crises
apresentadas como situações a serem resolvidas.
Entre as indispensáveis coordenadas da identidade está o
ciclo vital, pois partimos do princípio de que só com a adolescência o
indivíduo desenvolve os requisitos preliminares de crescimento fisiológico,
amadurecimento mental e responsabilidade social para atravessar a crise de
identidade.
Desta forma, o grande conflito a ser solucionado na
adolescência só estará terminada quando a identidade tiver encontrado uma forma
que determinará, decisivamente, a vida seguinte.
É exatamente essa crise e, conseqüente confusão, de
identidade que fará com que o adolescente parta em busca de identificações,
encontrando outros “iguais” e formando seus grupos. A necessidade de
dividir suas angústias e padronizar suas atitudes e idéias, faz do grupo um
lugar privilegiado, pois nele há uma uniformidade de comportamentos,
pensamentos e hábitos.
Com o tempo, algumas atitudes são internalizadas, outras
não, algumas são construídas e o adolescente, paulatinamente, percebe-se
portador de uma identidade que, sem dúvida, foi social e pessoalmente
construída.
Conclusão
O que define
um povo não é a demarcação territorial, a cor de sua pele ou sua língua, mas
sim um conjunto de características (políticas, sociais, etc.) que faz dele um
grupo identidário, diferenciando-o de outros grupos. É a identidade que faz com
que um grupo se diferencie do outro, pois propicia a sensação de pertencimento,
fazendo com que cada indivíduo divida a sociedade em dois grupos: nós e eles.
Os que são como eu e os que não são. Desse modo, sabemos quem somos por
sabermos que não somos o outro. A identidade, portanto, é definida pela
diferença, estabelecida por uma marcação simbólica relativa a outras
identidades.
Bibliografia
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/busca-identidade-adolescencia-jovem-puberdade-538868.shtml
http://dezumdoistres0708.wordpress.com/2008/06/13/a-importancia-da-identidade-pessoal-no-contexto-da-integracao-social/
http://www.patrick-charaudeau.com/Identidade-social-e-identidade.html
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