terça-feira, 2 de setembro de 2014

Substantivo


Introdução

Substantivo é a palavra com que designamos ou nomeamos os seres em geral.
São, por conseguinte, substantivos:

a)      Os nomes de pessoas, de lugares, de instituições, de um genero de uma espécie ou de um dos seus representantes:
            Maria                 Lisboa               Senado                àrvore               cedro

b)      Os nomes de noções, acções, estados e qualidades, tomados com seres:
               justiça          colheita      velhice        largura            bondade

Do ponto de vista funcional, o substantivo é a palavra que serve privativamente, de núcleo do sujeito, do objecto directo, do objecto indirecto e do agente da passiva. Toda palavra de outra classe que desempenhe uma dessas funções equivalerá forçosamente a um substantivo.

Classificação dos substantivos

1º Substantivos concretos e abstractos

Chamam-se concretos os substantivos que designam os seres propriamente ditos, isto é, os nomes de pessoas, de lugares, de instituições, de um género, de uma espécie ou de um dos seus representantes:

            homem          cidade              Senado          árvore                 cão
             Pedro              Lisboa              Fórum             cedro                  cavalo

Dá-se o nome de abstractos aos substantivos que designam noções, acções, estados e qualidades, considerados como seres:
        justiça               colheita            velhice                 largura                  bondade
       verdade             viagem               doênça                optimismo             doçura

2º Substantivos próprios e comuns

Os substantivos podem designar a totalidade dos seres de uma espécie (designação genérica) ou um individuo de determinada espécie (designação específica).
Quando se aplica a todos os seres de uma espécie ou quando designa uma abstracção, o substantivo é chamado comum.

Quando se aplica a determinado individuo da espécie, o substantivo é chamado próprio.
Assim os substantivos homem, país e cidade são comuns, porque se empregam para nomear todos os seres e todas as coisas das respectivas classes. Pedro, Brasil e Lisboa, ao contrário, são substantivos próprios, porque se aplicam a um determinado homem, a um dado país e a uma certa cidade.

3º Substantivos colectivos

Colectivos são os substantivos comuns que, no singular, designam um conjunto de seres ou coisas da mesma espécie.
Comparem-se, por exemplo, estas duas afirmações:
        Cento e vinte milhões de brasileiros pensam assim.
        O povo brasileiro pensa assim.

Na primeira enuncia-se um número enorme de brasileiros, mas representados como uma quantidade de individuos. Na segunda, sem indicação de número, sem indicar gramaticalmente a multiplicidade, isto é, com uma forma de singular, consegue-se agrupar maior número ainda de elementos ou seja todos os brasileiros como um conjunto harmónico.

Além desses colectivos que exprimem um todo, há na lingua outros que designam:
a)      Uma parte organizada de um todo, como, por exemplo, regimento, batalhão, companhia (partes do colectivo geral exército);
b)      Um grupo acidental, como grupo, multidão, bando: bando de andorinhas, bando de salteadores, bando de ciganos;
c)      Um grupo de seres de determinada espécie boiada (de bois), ramaria (de ramos).

Flexões dos substantivos

Os substantivos podem variar em número, género e grau.

Número
Quanto a flexão de número, os substantivos podem estar:
a)      No singular, quando designam um ser único, ou um conjunto de seres considerados como um todo (substantivo colectivo):
         aluno                                      povo

b)      No plural, quando designam mais de um ser, ou mais de um desses conjuntos orgânicos:
               alunos                                    povos

Formação do plural
Substantivos terminados em vogal ou ditongo
Regra geral:
O plural dos substantivos terminados em vogal ou ditongo formam-se acrescentandosse s ao singular:


Singular
Plural
Singular
Plural
Mesa
Estante
Tinteiro
Boné

Mesas
Estantes
Tinteiros
Bonés

Pai
Lei
Boi
Mãe
Pais
Leis
Bois
Mães
Incluem-se nesta regra os substantivos terminados em vogal nasal. Como a nasalidade das vogais e, i, o, u, em posição final, representada graficamente por m e não se pode escrever ms, muda-se de m em n. Assim: bem faz no plural bens; flautim faz flautins; som faz sons e atum faz atuns.

Substantivos terminados em consoante

Os substantivos terminados em r, z, e n formam o plural acrescentando es ao singular:
Singular
Plural
Singular
Plural
Singular
Plural
Mar
Açúcar

Mares
Açucares
Rapaz
Raiz
Rapazes
Raizes
Abdómen
Cânon
Abdómenes
Cânones 

Os substantivos em al, el, ol e ul substituem no plural o l por is:
Singular
Plural
Singular
Plural
Animal
Papel
Animais
Papeis
Lençol
Paul
Lençois
Pauis

Os substantivos oxitonos terminados em il mudam o l em s:
Singular
Plural
Singular
Plural
Ardil
Barril
Covil
Ardis
Barris
Covis
Funil
Fuzil
Redil
Funis
Fuzis
Redis

Nos diminuitivos formados com os sufixos zinho e zito, tanto o substantivo primitivo como o sufixo vão para o plural, desaparecendo, porém, o s do plural do substantivo primitivo. Assim:



Singular
Plural

Balãozinho
Papelzinho
Colarzinho
Cãozito

Balõe(s)+zinhos>balõezinhos
Papéi(s)+zinhos>papeizinhos
Colare(s)+zinhos>colarezinhos
Cãe(s)+zitos>cãezitos

Substantivos de um só número

Há substantivos que só se empregam no plural. Assim:
Alvissaras
Anais
Anrolhos
Calendas
Cãs
Condolência
Esponsais
Fastos

Fezes
Núpcias
Óculos
Férias
Arredores
Belas-artes
Exéquias
Pêsames

Substantivos compostos

Quando o substantivo composto é constituido de palavras que se escrevem ligadamente, sem hifen, formam o plural como se fosse um substantivo simples.
Àguardente(s)                   pontapé(s)                    varapau(s)          Ferrovia(s)

Quando o primeiro termo de composto é verbo ou palavra invariavel e o segundo substantivo ou adjetivo seu segundo vai para o plural:

Singular
Plural

Guarda-chuva
Sempre-viva
Vice-presidente

Gurda-chuvas
Sempre-vivas
Vice-presidentes

Quando os termos componentes se ligam por preposição, só o primeiro toma a forma de plural:

Singular
Plural

Chapéu de sol
Pão de ló
Pé de cabra

Chapéus de sol
Pães de ló
Pés de cabra



Género

Há dois generos em português: O masculino e o femenino.
O masculino é o termo não marcado; o femenino, o termo marcado.
Pertecem ao género masculino todos os substantivos a que se pode antepor o artigo o:
O aluno; O pão; O poema; O carro.
Pertecem ao género femenino todos os substantivos a que se pode antepor o artigo a:
A casa;  A mãe; A Paula; A Juriti.

Quanto à significação:
1ª São geralmente masculino
a)      Os nomes de homens ou funçôes por eles exercidas:
Ex. João; Mestre; Padre; Rei.
b)      Os nomes de animais do sexo masculino:
Ex. Cavalo; Galo; Gato; Peru.

2º Geralmente femeninos:
a)      Os nomes de mulher ou funções por elas exercidas:
Maria; Professora; Freira; Rainha.
b)      Os nomes de animais do sexo femenino:
Égua; Galinha; Gata; Perua.

Quanto à terminação

1º São masculinos os nomes terminados em –o átono:
Ex. O aluno; O livro; O lobo; O negro.
2º São geralmente femeninos os nomes terminados em –a àtono:
Ex. A aluno; A caneta; A loba; A mesa.
3º Dos substantivos terminados em –ão, os concretos são masculinos e os abstratos, femeninos:
Ex. O agrião; o algodão; o balcão;
- A educação; a produção; a opinião; a recordação.

Formação do femenino

Os substantivos que designam pessoas e animais constumam flexionar-se em genero, isto é, tem geralmente uma forma para indicar os seres do sexo masculino e outra para indicar os do sexo femenino. Assim:
Ex.
Masculino
Femenino
Masculino
Femenino

Homem
Aluno
Cidadão
Cantor
Profeta

Mulher
Aluna
Cidadã
Cantora
Profetisa

Bode
Galo
Leitão
Barão
Lebrão

Cabra
Galinha
Leitoa
Baronesa
Lebre


Masculino e femenino de radicais diferentes

Convém conhecer os seguintes:
Masculino
Femenino

Bode
Boi
Cão
Carneiro
Cavalhero
Cavalo
Compadre

Cabra
Vaca
Cadela
Ovelha
Dama
Égua
Comadre








                                                    


Obs:
Além das formações irregulares, que vimos, a um pequeno número de substantivos terminados em –o que, no femenino, substituem esse final por decenências especiais. Assim:
Masculino
Femenino

Diácono
Galo


Diaconisa
Galinha

Regras especiais
Os substantivos terminados em –ão podem formar o femenino em três maneiras:
Mudando o final – ão em oa:
Masculino
Femenino
Ermitão
Ortelão
Ermitoa
Orteloa


Substantivos uniformes
Substantivos epcenos
Denominam-se epcenos os nomes de animais que possuem um só genero gramatical para designar um e outro sexo. Assim:
A àguia                                                              A mosca
A baleia                                                             A onça
A borboleta                                                      A pulga
A cobra                                                             A sardinha

Substantivos sobrecomuns
Chamam-se sobrecomuns os substantivos que tem um só género gramatical para designar pessoas de âmbos os sexos.
Ex: O apóstolo                       o cônjuge               o indivíduo       a criança         a criatura
      A testemunha                       a vítima                   

Substantivos comuns de dois generos

Alguns substantivos apresentam uma só forma para os dois géneros mas destinguem o masculino do femenino pelo género do artigo um de outro determinativo acompanhante. Chamam-se comuns de dois géneros estes substantivos.
Ex.
Masculino
Femenino
O agente
O artista
O camarada
O estudante
A agente
A artista
A camarada
A estudante

Mudança de sentido na mudança de género

Há um certo número de substantivos cuja a significação varia com a mudança de género.
Masculino
Femenino

O cabeça
O coxa
O capital
O cisma
O corneta
O cura

A cabeça
A coxa
A capital
A cisma
A corneta
A cura

Substantivo de genero vacilante
Substantivos há em cujo emprego se nota vacilação. Eis alguns, para os quais se recomenda a seguinte preferência.
a)      Genero masculino:
Àgape           Antilope                     Caudal          Clã               Contralto           Diabete(s).

b)      Genero femenino:
Abusão        Alcíone          Aluvião            Àspede          Fácies           Filoxera        Jaçanã
Juriti             Omoplata     ordenaça       Sentinela        Sucuri 
   
Grau

Um substantivo pode apresentar-se:
a)      Com sua significação normal: Chapéu; Boca.
b)      Com sua significação exagerada, ou intensificada disforme ou despresivelmente (grau aumentativo): Chapelão; Bocarra; Chapéu grande; Boca enorme.
c)      Com a sua significação atenuada, ou valorisada efetivamente (grau diminuitivo): Chapeuzinho; Boquinha; chapéu pequeno e boca minúscula.

Vamos, portanto, que agradação do significado de um substantivo se faz por dois processos:
a)      SINTETICAMENTE, mediante o emprego de sufixos especiais, que estudamos, assim: Chapé-l-ão, Boc-arra; Chapéu–zinho, Boqu-inha;

b)      ANALITICAMENTE, juntando-lhe um adjetivo que indique o aumento ou diminuição, ou aspectos relacionados com essas noções: Chapéu grande, Boca enorme, Chapéu pequeno, Boca minúscula.

Emprego do substantivo

O substantivo pode figurar na oração como:
1º Sujeito:
Samuel esta desolado.
2º Predicado:
a)      Do sujeito:
Eu ja não sou funciorío.
b)      Do objecto direto:
De toda parte, clamavam-no Herói.
c)      Do objeto indireto:
Eram capazes de me chamar Sacristão.
3º Objeto direto:
            Eu arranjo uma velinha.
4º Objeto indireto:
O que Almeida, naquele instante, pediria a DEUS?

Conclusão

 A classe responsável por dar nome aos objetos e seres em geral. Apresenta grande importância para a compreensão das relações gramaticais. Apesar da sua simplicidade, seu estudo se faz bastante necessário, pois outras classes terão relações diretas com ela, de modo que a classificação destas últimas serão determinadas pelas funções que desempenham em relação ao substantivo.


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