terça-feira, 2 de setembro de 2014

Valores Culturais, Familiares e Estéticos

Introdução

Justiça, igualdade, tolerância, São palavras que cada dia mais se escutam nas escolas. A Educação nos Valores já está presente no curriculum escolar, mas isso não é suficiente. Ficar no nível teórico não serve de nada. E, na prática, esquecemos frequentemente que palavras tão grandiosas como Empatia ou Respeito se traduzem em premissas tão singelas como não atirar papéis para o chão, ceder o assento a quem mais o necessite ou abrir a porta a quem vai carregado.
Entretanto, enquanto que a instrução e formação intelectual é um objectivo a conseguir primordialmente através da escola, a educação e desenvolvimento pessoal é o através da família.

Valores culturais

A cultura é um conjunto de costumes, tradições e valores, é um jeito próprio de ser, estar e sentir o mundo, jeito este que leva o indivíduo a fazer, ou a expressar-se, de forma característica.
Ora, ser é também pertencer a algum lugar, a alguma fé ou a um grupo, seja família, amigos ou povo.
Daí ser a cultura um forte agente de identificação pessoal e social, um modelo de comportamento que integra segmentos sociais e gerações, uma terapia efetiva que desperta os recursos internos do indivíduo e fomenta sua interação com o grupo e um fator essencial na promoção da saúde, na medida em que o indivíduo se realiza como pessoa e expande suas potencialidades.
A percepção individual do mundo é influenciada pelo grupo. Aquilo que o grupo aprova ou valoriza tende a ser selecionado na percepção pessoal; já o que é rejeitado ou indiferente aos valores do grupo tem menor possibilidade de ser selecionado pela percepção do sujeito e se for significativa para o sujeito, este o guarda para si ou o elabora de forma a adaptá-lo aos valores grupais, seja de foram lúdica, simbólica ou distorcida, no intuito de evitar a censura coletiva.
O indivíduo que consegue burlar a censura grupal e introduzir nela uma significativa mudança de valores adquire o poder de influenciar a História, daí o dizer-se que ‘os poetas são profetas’. Explica-se, assim, o medo que os governos autoritários e ditatoriais tem da elite cultural a perseguição política acirrada que os representantes da cultura tem sofrido através dos séculos por exemplo, queima de livros e de sábios nas fogueiras da Inquisição, acusados de bruxaria e de pacto com o demônio.
Os povos evoluem através de mudanças significativas em sua cultura e as mudanças acontecem rapidamente quando o clima político é de liberdade; caso contrário demora apenas mais um pouquinho, o tempo de o pensamento, que é livre, romper os grilhões da intolerância.

A CULTURA E A IDENTIDADE PESSOAL
Quem sou?
A identidade alicerça-se em capacidades e em valores, no que somos capazes de compreender do mundo e no significado que damos às nossas vidas. Destaco a seguir quatro processos da cultura influir na identidade personalizando a atuação individual:

O agente cultural:
O artista, seja ele escritor, pintor, cantor, compositor e também o esportista sente-se alguém. Alguém que é respeitado pelo que é capaz de realizar, e, na velhice, mesmo se incapaz de criar, por limitações decorrentes da idade (mãos trêmulas, declínio da voz, fraqueza muscular etc) é solicitado a transmitir suas vivências aos mais jovens. Desta forma, o indivíduo sente-se útil e é gratificante recordar as glórias passadas sentindo que  contribui ainda para estimular e incentivar o ideal de uma vida.
O propagador cultural:
Há indivíduos que não criam, mas apreciam o belo, dedicando suas vidas a promover cultura. Assim,  diz-se que ‘o crítico literário é um autor frustrado’, aforisma que pode ser estendido aos comentaristas de arte e de esportes, bem como às demais atividades críticas. Os mecenas são outra categoria de pessoas que extraem prazer estético da arte que promovem e não são capazes de criar.
Há que citar os que comercializam a arte, vendendo ou comprando os produtos culturais, grupo hoje em dia acrescido dos profissionais da mídia, com o poder de promoverem no mercado o que lhe convém, à revelia da qualidade. Ainda que interesses de lucro interfiram ou entravem a promoção dos produtos bons, em última análise esses entraves econômicos agem como um desafio motivador, e o julgamento de valor fica para a posteridade: o joio e o trigo separam-se aos olhos da geração futura e os grandes gênios, que em vida passaram privações e até morreram esquecidos, recebem seu reconhecimento posterior. A História está  cheia de exemplos de ‘vitórias’ fugazes, hoje relegadas ao esquecimento, e de autores e pintores geniais desprezados em vida.
Assim, agentes culturais diversos dão significado a suas vidas organizando, promovendo e divulgando eventos vários.
O espectador cultural:
E finalmente, há aquele que não cria nem promove e que no entanto aprecia intensamente a arte. Indivíduos assim identificam-se entre si e organizam-se em fãs clubes, cuja penetração varia desde o bate-papo informal com os amigos até a distribuição de zines e elaboração de congressos ou entidades mais ou menos sofisticadas, com a finalidade de admirar e cultuar o ídolo.
Uma categoria em especial destaca-se por sua importância no resgate cultural de certas épocas ou certos ídolos: os colecionadores. O prazer de colecionar começa pela identificação com o ídolo, passa pelo orgulho de possuir objetos raros e culmina na satisfação de deter e divulgar conhecimento. Colecionadores contribuem significativamente para a preservação e para o resgate cultural de uma época ou arte específica.
Assim, na questão da identidade, a cultura elabora a identidade de quem faz, de quem divulga e de quem conhece um aspecto determinado dessa cultura. Enfim, ser alguém capaz seja de fazer, de divulgar ou de conhecer arte estabelece uma identidade pessoal que efetivamente enriquece uma existência.
O alienado cultural
Este é um agente às avessas, alguém que denuncia a incapacidade daquela sociedade em particular promover a integração de certos segmentos ou indivíduos. Freqüente nos governos ditatoriais, o alienado cultural evidencia a exclusão social, a opressão e a manipulação de segmentos menos poderosos nem por isso menos numerosos da sociedade.
Se a alienação cultural é um sintoma, o é antes de uma doença social do que individual. Frequentemente o alienado cultural expressa-se por meios próprios alternativos, através de uma sub-cultura, que as elites dominantes desvalorizam, desprezam e que podem adquirir proporções de verdadeira rebelião cultural. Foi o caso do movimento Impressionista na pintura, na França, e da Semana de Arte Moderna de 1922 no Brasil. E nesses casos pode ocorrer o fenômeno da contra-cultura.
Atualmente temos grafiteiros, descendentes diretos de pichadores marginalizados, que se autodenominam ‘cultura de rua’. E também os raps, as danças de rua, entre outros.
Esta polarização entre a elite e os excluídos dá origem a um movimento pendular entre os extremos da comunidade de tal sorte que a História da arte é a história de uma seqüência de movimentos de polaridade: depois do romantismo segue-se o realismo, após longos períodos de valorização do espiritual, segue-se um longo período de valorização do carnal etc.

A CULTURA A IDENTIDADE SOCIAL
Quem  mais?
A consciência de SER pode gerar solidão caso não haja a consciência de pertencer, ou seja, de compartilhar a existência com outros.
Assim, o conhecimento de que outros também fazem, divulgam e apreciam o mesmo que o indivíduo, é o meio de integrá-lo à sociedade. A comparação inevitável com os outros é desafiadora e motivadora. Diga-se o mesmo para qualquer outra modalidade cultural. Ao prazer de criar, soma-se o prazer de cultivar um estilo próprio. Já não se trata mais de criar, divulgar ou apreciar arte, mas de criar, divulgar ou apreciar sob uma ótica diferente, peculiar, personalizada.
Esse sentimento de transceder o espaço e o tempo está presente em todas as formas de manifestação cultural. É um sentimento atávico, inerente à espécie.
Este atavismo é decorrência da necessidade de comunicação, pois quem vive, comunica-se, e o homem que se comunica, o faz necessariamente através de certos meios e símbolos. Ora, a existência de meios e símbolos de comunicação são, em si, o alicerce da cultura o jeito de ser de um grupo.
A formação cultural de um grupo estabelece-se alicerçada nos fatores climáticos e geográficos inicialmente, passando pelas atividades de sobrevivência mais adequadas àquele grupo, pelo tipo de alimento disponível, e a seguir pela religião e atividades de lazer que se estabelecem em decorrência das primeiras condições citadas.
Assim, onde há frio, lê-se muito, come-se grande quantidade de gordura, a solidariedade é sinônimo de sobrevivência. Onde há calor exercita-se o corpo, come-se frutas frescas, impera o espírito de aventura. Há uma psicologia das montanhas diversa da psicologia das planícies; o montanhês sente segurança e proteção onde os nativos das planícies percebe perigos desconhecidos; o montanhês sente-se exposto e vulnerável na amplidão que, para o nativo das planícies é a essência mesmo do seu bem-estar  no mundo. É  o meio influenciando o homem e moldando-o à sua imagem, sendo a seguir também moldado e modificado por ele.
A mídia e as facilidades tecnológicas modernas diminuíram os contrastes sem anular as diferenças. A comunicação entre os povos estimula a compreensão e o respeito mútuo, e enriquece a humanidade.

A CULTURA COMO PONTE ENTRE GERAÇÕES E EXTRATOS SOCIAIS
O fazer e o admirar a arte, utilizando-a como fator de integração social e formador de identidade,  é comportamento transmitido de pai para filho, e começa no berço, ao som das primeiras cantigas de ninar e das primeiras histórias de fadas.
Muito há que se falar sobre as histórias de fadas, a linguagem que os adultos encontram para penetrar no universo infantil.
As histórias de fadas oferecem muito mais do que magia e encantamento à mente de crianças de todas as idades.
Os contos de fadas, trabalhados há séculos por gerações e gerações de crianças, têm uma sabedoria própria e são o veículo ideal para introduzar  a criança  em seu contexto cultural.
As histórias infantis refletem-se no psiquismo infantil em vários níveis, conscientes e inconscientes. A utilização destas histórias permite uma ampla abordagem da problemática infantil por várias razões.
A criança, ao aprender algo com o avô ou outro idoso, adquire respeito pela sabedoria adquirida, admira o outro, valoriza a tradição e deseja para si esta sabedoria enriquecida pelos anos. O ancião, por sua vez, ao ensinar, renova seu conhecimento, ao percebê-lo através dos olhos infantis; revive as boas lembranças, consolida sua auto-estima. No contato entre velhos e jovens verifica-se um enriquecimento mútuo: os velhos melhoram a atenção, a memória, a saúde e o humor; os jovens ganham em paciência e em humildade. Através da cultura, o conflito pode transformar-se em parceria, a tolerância dar lugar à integração dos novos passos no mesmo caminho antigo.
Uma cumplicidade estabelece-se entre pessoas de todas as idades e de todos os extratos sociais frente a uma manifestação cultural. Por meio de um elo invisível, já não se trata mais de ser rico ou pobre, branco, negro ou mestiço, rural ou urbano – trata-se de todos sentirem-se iguais.
A identificação dos diferentes segmentos da coletividade frente a uma equipe esportiva, defendendo o nome do país nos Jogos Olímpicos, em um campeonato mundial, ou frente a um filme que concorra a uma premiação internacional, cria um forte vínculo ante o qual desaparecem as diferenças menos significativas. Em torno do ideal cultural é possível unificar toda uma nação e motivá-la para um importante trabalho de desenvolvimento social – lembremos o que ocorreu em diversos países após a Segunda Grande Guerra.
Existem atualmente diversos grupos isolados trabalhando a cultura com a intenção de integrar à sociedade segmentos marginalizados menores, doentes e idosos. No caso do idoso, os cursos e clubes de lazer para a Terceira Idade são um importante fator de melhora de qualidade de vida.
A solução cultural é a melhor arma de que dispomos para combater os graves problemas socioeconômicos de nosso país, pois a cultura interfere na autoestima de maneira surpreendente, atribuindo valor, identidade, disciplina e motivação para mudar. A cultura proporciona prazer em SER, FAZER e PERTENCER, sendo este o prazer sadio do bem viver, força capaz de contrapor-se ao medonho prazer das drogas e da tendência autodestruição para que se dirigem os excluídos sociais.

A CULTURA COMO TERAPIA
Do grego vem a palavra ‘catarse’, que quer dizer purificação.
A arte é uma forma de catarse, em todas as suas manifestações: literatura, teatro, música, canto, dança, pintura etc.  E toda catarse tem um aspecto terapêutico.
Para o artista, a arte é uma forma de liberação emocional, sendo a criação uma forma elaborada e complexa de transformar o sofrimento em beleza, o objeto artistíco sendo a forma de comunicação do mundo interno do artista. Em alguns casos extremos, a solução final: comunicar-se ou enlouquecer.                         
Também para o espectador, que se projeta na obra admirada, a catarse acontece. E a emoção do esportista, e do torcedor, também são poderosas formas de catarse. Na emoção do momento, protegido pelo simbolismo cultural, pode o indivíduo soltar as emoções represadas em seu cotidiano.
No caso específico da saúde, podemos observar pela época da aposentadoria a eclosão de diversas doenças, com destaque para as depressões, decorrentes do sentimento de inutilidade e pela percepção da proximidade da morte. Também as lutas sociais pelo poder, as frustrações e, as desilusões geram toda sorte de sofrimento moral e físico.
É quando FAZER arte pode consolar aquele que não pode TER e levá-lo ao equilíbrio psíquico por SER alguém.
Grupos que se reúnem por um interesse cultural comum e permitem-se CRIAR obtém excelentes resultados. Ao fazer versos, cantar, pintar, representar, o indivíduo percebe aptidões inexploradas, e, entretido na atividade catártica, abandona o mau-humor, a depressão, esquece as dores, supera limitações e por vezes descobre talentos adormecidos.
A corrida atrás do dinheiro, a luta pela sobrevivência embota aos poucos a sensibilidade. É na aposentadoria que muitos se permitem liberar, ou descobrem pela primeira vez, a criatividade pelo prazer, desvinculada de qualquer vínculo prático ou monetário, e, como a criança, que vive intensamente o presente, o indivíduo recupera o amor pela vida, ingrediente principal da saúde.

A CULTURA COMO RESGATE DA CIDADANIA
Pelo exposto acima, concluímos que a cultura, em todos os seus aspectos, artísticos ou outros, tanto de criação, quanto de admiração e divulgação, tem como resultado fortalecer a identidade pessoal e social do indivíduo, bem como de integrá-lo em sua família e em sua comunidade, fornecendo-lhe, através do bem estar mental e social, condições de bem estar no mundo, ou seja, de saúde.
O indivíduo comprometido com a cultura é feliz, portanto, pois sua vida adquire um significado útil.
Este é ou deveria ser o objetivo da sociedade humana: o bem estar do grupo alicerçada na felicidade de cada um.


Valores da Família
Nunca devemos esquecer que o lar é o autêntico formador de pessoas. As crianças aprendem continuamente através dos seus pais, não só o que estes lhes contam, mas também, sobretudo, pelo que vêem neles, como actuam, como respondem perante os problemas. Em definitivo, as crianças observam e copiam o proceder dos seus pais perante a vida. A autêntica educação nos valores transmite-se, passa dos pais para os seus filhos desde o dia do nascimento até ao final da vida. Não obstante, tem uma importância relevante durante os primeiros anos. Até aos seis ou sete anos de idade as crianças possuem uma moral denominada “heterónima”, ou seja, a sua motivação para fazer as coisas de uma maneira ou de outra é corresponder ao que o papá e a mamã desejariam: o que dizem os pais são “verdades absolutas”. Conforme crescem vão compreendendo melhor por que é importante actuar de certa forma e não de outras, mas seguem, sempre, guiando-se pelo que vêem em casa, especialmente até aos doze anos. Daí a tremenda importância de educar as crianças através do exemplo, para desenvolver uma educação cívica.
Faz o que eu faço
Todos temos na mente uma ideia de como gostaríamos que fosse a sociedade, em que mundo queremos que vivam os nossos filhos: um sitio limpo, em que as pessoas se ajudem e respeitem, onde todos tenhamos os mesmos direitos… Depois saímos à rua pensando no trabalho, nas compras, na ortodoncia do menino e esquecemo-nos de todos esses bons propósitos. De repente, queremos ser os primeiros a sair do metro, incomoda-nos o carro que torna lenta a circulação, esquecemo-nos de dar os bons dias ao porteiro… e assim, dia após dia, diante o olhar sempre atento das crianças, que, já se sabe, absorvem tudo como esponjas.
Já comentámos que, até os doze anos aproximadamente, o lar é a principal fonte de valores, direitos e deveres da criança. Agora também terá que se dizer que há coisas que dificilmente se aprendem mais tarde. Se em pequenos não nos acostumamos a guardar o pacote no bolso quando não há um cesto de papéis à mão, a não pôr a música muito alta para não incomodar o vizinho, a dizer obrigado quando nos fazem um favor ou a não insultar os que são diferentes, será mais complicado aprendê-lo mais tarde. Porque o civismo, o respeito, a honestidade e todos os valores humanos são em grande medida hábitos, rotinas que aprendemos em família, de forma inconsciente, e que mais adiante chegamos a valorizar com a reflexão que permite a maturidade.
Por isso, a melhor forma de transmitir valores, de aprender a viver em sociedade, é não aplicar jamais a tão popular frase de “faz o que eu digo e não o que eu faço”. Se quisermos que nossos filhos alcancem essa sociedade tão sonhada devemos começar por criá-la nós mesmos e “fazer o que dizemos”.
Que hábitos-valores fomentar?
Só têm que pensar que tipo de pessoas gostariam que fossem os vossos filhos e actuar em consequência. Como vimos, a coerência entre as ideias que querem transmitir e a forma como se actua em casa é a chave principal.
A maioria das pessoas considera como nobres os mesmos tipos de valores. Entretanto, às vezes é difícil reconhecer em nós mesmo onde encaixa a conexão entre “crenças” e “forma de ser”. Estes conselhos podem ajudar a reflectir sobre isso:
Se quiserem que o vosso filho seja uma pessoa razoável, raciocinem com ele desde o primeiro dia. Não utilizem o “porque eu digo”. Logicamente haverá muitas ocasiões em que tenham que lhe ordenar as coisas, mas sempre podem argumentar o motivo.
O respeito onde primeiro se observa é entre os pais. As decisões no casal devem ser sempre compartilhadas. Se discutem, façam-no de forma tranquila, sem recriminar. Saber viver em sociedade é saber aceitar as opiniões distintas.
Onde mais se fomentam os estereótipos é no lar. Pensaram alguma vez em coisas como quem limpa a casa?, quem troca as lâmpadas?, etc. Tratem de compartilhar entre vós os distintos papéis.
Se se preocuparem com as influências externas pensem que têm uma arma muito importante ao vosso alcance: os vossos comentários. Falem com o vosso filho sobre a opinião que merecem as actuações dos outros (tanto no positivo como no negativo). Isto é importante, sobretudo, contra a influência da televisão.
Compreender ajuda a aprender
Os valores transmitem-se através do exemplo, mas assentam com força, graças à compreensão de que são necessários. Como podemos ajudar uma criança pequena a perceber esta importância? Uma boa maneira é aplicar a fórmula de “faz pelos outros o que gostarias que fizessem por ti, e não lhes faças o que não gostarias que te fizessem”. Por outras palavras, colocar as crianças na hipótese de serem eles os protagonistas de certas atitudes. É muito mais eficaz para que o vosso filho a entenda, dizer-lhe: “Gostarias que se rissem de ti porque usas óculos? como te sentirias?”, do que lhe dizer simplesmente: “Não deves rir do João por ter aparelho nos dentes”.

 
Valores estéticos

 Nossa sociedade é baseada na herança grega e romana, dando origem assim aos nossos conceitos e padrões ético-morais. A Ética provém dos gregos e é pautada na ideia de valores, sendo assimilada como um estudo ou reflexão científica ou filosófica sobre os costumes e ações humanas(conduta).
Sendo um conceito que mora dentro de nós, e pensar sobre ela contribui para aumentar a reflexão sobre tal, nos fazendo questionar ainda mais sobre nossas atitudes e nos aproximando da realidade que vivemos e nos tornando mais conscientes com nossas ações pela vida.
O que é belo? Segundo o filósofo Sócrates, a beleza seria a concordância observada entre os olhos e os ouvidos. Em uma visão mais atual da sociedade, a beleza poderia ser encarada e cultuada pelos estereótipos, onde os olhos físicos admiram somente “a casca de uma árvore”, e não os frutos, a raiz sólida e a sombra tranquila erevigorante que a árvore poderia beneficiar.
Desde a Antiguidade cultuamos o belo, no qual a valorização estética pode ser vista em relatos históricos que demonstram a rejeição á indivíduos com deficiências. Nas Artes, podemos acompanhar o culto á beleza (esculturas, pinturas e na literatura), porém trazendo consigo qualidades e virtudes humanas. Essa união entre beleza física + qualidade + habilidades, era vista como uma benção dos céus no imaginário da época, sendo seres quase angelicais e perfeitos.
 Os reis faziam o uso de adereços e substâncias aromáticas como forma de mascarar suas imperfeições e deixá-los com uma imagem limpa, pura e até mesmo divina. Com a ascensão da burguesia (século XV, XVI), a questão estética se distanciou do padrão divino e passou a ser necessidade e objeto de consumo, as roupas e joias, adereços e cosméticos moldaram a nova concepção sobre a beleza e a quase divindade. Século XVII e XIX, é criado os padrões de beleza irreais, no qual os homens e mulheres se submeteram a procedimentos para se elevarem a um novo status social.
 Por exemplo, a própria vestimenta europeia nas colônias de clima tropical (Brasil), e o uso de espartilhos pelas mulheres na condição de se projetarem como magras e bonitas. Com o passar dos séculos, o sonho da beleza ideal e do corpo perfeito se sobrepôs aos valores éticos.
No qual somos todos frutos de um modismo tendencioso que nos diz o que vestir, como deveria estar nosso cabelo, o que dizemos e por ai vai. Na atualidade, nos vemos submersos á grandes tonéis de cosméticos, desde oxampu até a meia que vestimos, e assim esquecendo princípios que para os gregos e romanos antigos eram primordiais. Os valores estéticos se tornaram um mal compulsivo entre os humanos, sendo mais importantes do que os valores éticos.
Hoje, somos vistos não pelo que “somos”, mas sim pelo o que “temos”, e em raríssimos casos somos comparados á seres celestiais, belos por fora e ricos de valores humanos.

Conclusão
Quem não vive as próprias raízes não tem sentido de vida. O futuro nasce do passado, que não deve ser cultuado como mera recordação e sim ser usado para o crescimento no presente, em direção ao futuro. Nós não precisamos ser conservadores, nem devemos estar presos ao passado. Mas precisamos ser legítimos e só as raízes nos dão legitimidade.
Entende-se nessa citação que a vida tem sentido, em se tratando de identidade cultural, quando conhecemos nossas raízes, de onde viemos, quem somos e como somos. É preciso conhecer o inicio de tudo para entendermos as mudanças culturais que ocorrem no presente e que ocorrerão no futuro.

Bibliografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estética#Modernidade
http://www.qdivertido.com.br/verartigo.php?codigo=57
http://familia.aaldeia.net/os-habitos-familiares-e-a-transmissao-dos-valores/
http://familia.aaldeia.net/valores-na-familia/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Valores_da_Família

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